Árvores Castanha do Maranhão (espécie Bombacopsis glabra) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na Madeira, como potencial de diversificação da fruticultura local. Não confundir com a chamada Castanha do Brasil ou do Pará.
A parte comestível da planta são as sementes, que podem ser consumidas cozidas ou torradas, com sabor semelhante ao do cacau ou amendoim. Daí ser conhecido também como Cacau do Maranhão. As sementes são grandes sub-globosas, estriadas, envolvidas por densa e longa pilosidade. O fruto é uma cápsula lenhosa, ovóide, com coloração verde que passa a castanho-avermelhada quando amadurece. A árvore é perene e é de porte pequeno de quatro a seis metros de altura. É usada como planta ornamental e para cercas vivas.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Identificámos uma Luffa (Luffa cylindrica), trepadeira nativa do sul e sudeste asiático, cujo fruto seco dá lugar à denominada esponga vegetal, no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na Madeira. O caule é ascendente, esverdeado e tenro, com folhas grandes. As flores da luffa são unissexuais e, geralmente, de cor amarela intensa. A abertura das flores ocorre durante o dia, atraindo as abelhas para a polinização. É uma planta da mesma família do pepino, da abóbora ou da melancia. Desenvolve-se no período mais quente do ano. O fruto com 2,5 a 5cm de diâmetro é de cor verde-escuro antes de maduro e seco. Se for colhido muito cedo, pode ser consumido como abóbora tenra ou courgette.
A esponja vegetal tem uma estrutura rígida e fibrosa quando seca. São fibras muito fortes compostas de celulose, hemicelulose e lignina. É muito usada como esponja para banho e para lavar a louça, com a vantagem de ser biodegradável, compostável e durar mais tempo do que as versões sintéticas, devendo ser cuidada e seca entre as utilizações. É utilizada também como material de isolamento acústico e térmico. Há quem utilize ainda a luffa na jardinagem, no artesanato e como mecanismo de filtragem.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Localizámos ananaseiros, uma planta bromeliácea (espécie Ananas comosus), no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na Madeira, como potencial de diversificação da fruticultura local.
Trata-se de uma planta originária da América Tropical, muito cultivada nas regiões quentes pelos seus grandes frutos de polpa açucarada e saborosa. Os principais países produtores de ananás encontram-se na Ásia e na América do Sul. Em Portugal, destaca-se o ananás dos Açores.
O ananás é especialmente rico em vitamina C, potássio e magnésio, possuindo também propriedades essenciais para o reforço do sistema imunitário.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
De uma espécie específica de cactos, localizámos plantas de Pitaia rosa de polpa vermelha (variedade Hylocereus polyrhizus) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na Madeira, como potencial de diversificação da fruticultura local.
Esta fruta, em alguns lugares, é também conhecida como fruta do dragão por o seu aspecto externo fazer lembrar as escamas de um dragão. Há ainda variedades em que o interior da pitaia é amarela ou branca. É uma planta nativa da América Central. O sabor é suave e comparado a uma mistura de kiwi e melão.
Ao nível nutricional, trata-se de uma fruta de baixo valor calórico (estima-se que seja de cerca de 50 calorias por cada 100g), fonte rica em vitamina C, A e E, em minerais como o cálcio, ferro e zinco, antioxidantes, fibras alimentares e ómegas 3 e 6. Refere-se ainda a possibilidade de utilização da farinha da casca e do seu pigmento pelas indústrias alimentar e cosmética.
É referido que a pitaia pode ser cultivada até aos 700 metros de altitude, preferencialmente em zonas em que a média das temperaturas se situa entre os 18 e os 26°C. É, pois, uma fruta de climas tropicais e subtropicais, de fácil manejo, que necessita de pouca água para a sua sobrevivência.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Identificámos uma pereira de Java (espécie Syzygium samarangense da família das Myrtaceae a que pertencem frutos como a feijoa, jambo ou a goiaba) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na Madeira, como potencial de diversificação da fruticultura local. É também conhecida como maçã de Java ou maçã/jambo de cera. A analogia à cera compreende-se devido ao aspecto exterior semelhante à cera.
Espécie nativa das ilhas asiáticas, este fruto tem a forma de um sino. Segundo uma lenda filipina, consta que a pêra de Java tem a forma de um sino porque um sino dourado foi escondido nas suas raízes.
A casca é lisa e varia de cor, desde o branco, passando pelo verde, rosa, vermelho, até ao preto. Neste caso que apresentamos, a cor é rosa/vermelho, mas em crescimento apresenta cor branca. A polpa também é branca, carnosa, crocante na parte mais externa, tipo maçã, e mais esponjosa na parte mais interna, tipo o jambo. O sabor é suave. Consome-se como fruta fresca e nos países asiáticos também se consome em saladas.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Deparámo-nos com um conjunto de diospireiros (espécie Dyospiros kaki da família das Ebenaceae) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na Madeira, como potencial de diversificação da fruticultura local.
Com origem na Ásia, este fruto matura no outono, entre os meses de outubro e dezembro. Esta árvore exótica adapta-se muito bem ao nosso país, atingindo normalmente cinco metros de altura.
Existem dois tipos deste dióspiro, um mole, o mais comum no nosso país, que tem casca de cor laranja quase avermelhada quando está maduro (deve ser consumido bem maduro e pode ser comido à colher), e um rijo, popularmente denominado dióspiro de roer, que tem uma casca mais clara quando o fruto está maduro (pode ser consumido como se tratasse de uma maçã).
Extremamente nutritivo e excelente fonte de antioxidantes, o dióspiro traz benefícios para a saúde do coração e para a redução de inflamações. Mas, como o dióspiro contém muitos hidratos de carbono, sobretudo de absorção rápida, provoca uma rápida subida de açúcar no sangue em relação a outras frutas.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Descobrimos um jambeiro (espécie Syzygium malaccense L. pertencente à família Myrtaceae) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na Madeira, como potencial de diversificação da fruticultura local.
Esta espécie, que é nativa da Ásia, na nossa Ilha floresce entre abril e agosto. Neste caso, estamos perante uma árvore com o fruto jambo-rosa. O jambeiro é uma árvore de médio porte.
Com um formato oblongo, este fruto possui uma polpa consistente, branca, suculenta e adocicada, sendo caracterizada ainda por uma leve acidez.
Além das antocianinas e flavonoides, que são compostos bioativos antioxidantes, o jambo é rico em potássio, sódio, fósforo, cálcio, magnésio, fibras, carboidratos e vitamina C. Em menor quantidade, contém ainda outros elementos nutricionais como o ferro, proteínas, vitaminas B3 e B1 ou o zinco.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Identificámos plantas de Feijoa (Acca sellowiana) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
«Da família Myrtaceae, género Acca, a Acca sellowiana é um arbusto denso, de folha persistente e tronco cinzento, que pode alcançar 5 m de altura. As folhas são ovado-oblongas a elípticas, curtamente pecioladas, coriáceas, acinzentadas na página inferior e opostas.
As flores brancas surgem entre maio e junho, dispostas solitárias ou em cachos na axila das folhas. Apresentam pétalas carnudas e longos estames vermelhos. O fruto, baga, que surge no outono, é elipsoide, sumarento e verde. Cada fruto contém entre 40 a 100 sementes brancas e duras.
A feijoa é natural do Brasil e Uruguai, onde aparece associada a florestas de araucárias. Tolera a seca, a geada e a salsugem, mas não resiste aos ventos intensos. Prefere solos argilosos e profundos. A espécie pode aparecer até aos 1000 m de altitude, com maior viabilidade a partir dos 400 m.
Propaga-se por estaca, enxertia ou semente. Utilizada como ornamental devido à beleza da sua floração, pode surgir em sebes. As pétalas da flor, o fruto e as sementes são comestíveis, sendo utilizados na confeção de saladas, compotas, gelados ou sumos. A polpa granulada do fruto serve também como esfoliante. Contém propriedades terapêuticas tais como antioxidante, antibacteriano ou anti-inflamatório. A espécie é apreciada por amadores na arte do bonsai. A denominação “Feijoa” foi atribuída em honra ao botânico João da Silva Feijó.» (1)
Quanto ao conteúdo nutricional, surge a indicação de que a Feijoa é composta por vitamina C, iodo, vitamina E, vitaminas do complexo B, magnésio, fósforo, potássio e cálcio, com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. O sabor do fruto possui um sabor misto entre a goiaba e o ananás, como o seu nome em inglês sugere (pineapple guava).
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(1) Informação citada de Jardim Gulbenkian online.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Deparámo-nos com uma árvore de kumquat nos Prazeres, a seiscentos metros de altitude, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
Originário da China, o kumquat, conhecido como laranja chinesa ou laranja anã, é um parente distante das laranjeiras, com um tamanho menor. Este pequeno fruto tem uma forma oval e alongada e pode ser consumido sem descascar, já que a casca é doce e perfumada, sendo a polpa ácida no paladar.
São uma excelente fonte de vitamina C, fibra e antioxidantes, estes últimos sobretudo concentrados na casca. Contém uma apreciável quantidade de carboidratos (provenientes da fibra e do açúcar natural) e ainda vitamina A, cálcio e magnésio em menor expressão. Baixo teor de gordura.
Trata-se de um cítrico arbustivo pequeno e perene, com cor verde-escura e folhas lanceoladas. Com predisposição para o calor e crescimento lento, é uma árvore decorativa, já que os frutos perduram muito tempo na planta. Se plantada num terreno, cresce muito mais do que num vaso e pode atingir quatro metros de altura. Geralmente, floresce no Outono.
Local de recolha: Prazeres, Ilha da Madeira
Identificámos plantas de costela-de-adão (Monstera deliciosa) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
«O fruto, conhecido por fruto-do-conde ou fruto delicioso, nome popular na Ilha, tem cerca de 25cm de comprimento e 3 a 4cm de diâmetro. A sua polpa tem um gosto entre o abacaxi e a banana. É tóxica se ingerida antes de amadurecer. É habitual o fruto ser comido entre três a quatro dias, pelo facto de amadurecer gradualmente.» Consomem-se as zonas maduras, onde os pequenos hexágonos verdes, que formam a casca, se desprendem com facilidade.
«Na Região, o fruto é mais apreciado pelos turistas do que pelos residentes. Embora o fruto não faça ainda parte dos hábitos alimentares dos madeirenses, existem muitos apreciadores em vários países europeus, nomeadamente na França.
A Monstera deliciosa, vulgarmente conhecida em Portugal como costela-de-adão é uma planta da família das aráceas. É um género semi-herbáceo e perene. Classificada como trepadeira, possui um caule lenhoso e cresce verticalmente, podendo atingir mais de três metros de altura. A espécie é nativa do México e é mundialmente cultivada como ornamental. Possui folhas grandes, codiformes, penatífidas e perfuradas, com longos pecíolos.
Sua inflorescência é um espádice geralmente esbranquiçado envolta por uma bráctea branca que possui um aroma irresistível aos insetos e polinizadores. A sua época de floração é entre junho e setembro. A Monstera deliciosa, no seu clima natural, dá frutos comestíveis. Como a Madeira é caracterizada por um clima subtropical, o cultivo deste fruto na região já é feito há algum tempo.
A costela-de-adão é uma planta de meia-sombra e, por isso, ideal para ambientes onde a incidência de raios solares seja indireta ou quase nula, sobretudo durante a fase de crescimento. É uma planta que, embora rústica, necessita de um solo fértil em matéria orgânica e com humidade constante, mas sem tendência para encharcamento. Suporta bem as baixas temperaturas e pode ser plantada em vasos, usando-se uma estaca de tutoramento.» (1)
(1) Texto de Paula Almeida Rocha, Direção Regional de Agricultura, na publicação DICAs (22.07.2015) da Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Encontrámos plantas de Pinha ou Fruta-do-Conde (annona squamosa) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, provando a viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local. Da família das Anonáceas, em Portugal é atribuído o nome anona também a esta espécie conhecida como Pinha ou Fruta-do-conde no Brasil.
Trata-se de uma pequena árvore, entre quatro e seis metros de altura, nativa das regiões tropicais americanas, com folhas oblongas, flores esverdeadas ou amareladas e frutos sincarpados, quase esféricos, de polpa branca e sabor doce, sendo também conhecida por anoneira. Parece tolerar o clima tropical melhor do que as espécies Annona reticulata e Annona cherimola.
A fruta agregada, redonda ou em forma de coração, é esverdeada, com cinco a dez centímetros de diâmetro, com muitas protuberâncias redondas. A polpa é comestível, doce, esbranquiçada e aromática.
Quanto ao conteúdo nutricional, surge a indicação de que, além da água, é composta em cerca de 25% por hidratos de carbono e 2% de proteína, sendo a gordura quase inexistente. Numa porção de 100 gramas, calcula-se existir 247 mg de potássio, 36 mg de vitamina C, 32 mg de fósforo, 24 mg de cálcio e 21 mg de magnésio. É, portanto, uma fonte rica de vitaminas, incluindo as B1, B2, B5, A e C.
É apontada a atividade antioxidante, antimicrobiana, anticancerígena, anti-hipertensiva, antidiabética, imunossupressora, além de amenizar os sintomas do hipotireoidismo.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Fomos encontrar plantas de grão-de-bico (Cicer arietinum) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, provando a viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da agricultura local.
A planta do grão-de-bico é herbácea da família das leguminosas, de folhas compostas por folíolos serrados, flores geralmente brancas e fruto constituído por uma vagem vilosa com uma ou duas sementes amareladas arredondadas, terminando num bico.
As sementes grão-de-bico são utilizadas na alimentação depois de secas, geralmente. A planta mede entre 20 e 50 centímetros de altura e tem uma periodicidade anual. A Índia é o grande produtor mundial de grão-de-bico. Este apresenta baixo valor energético, com hidratos de carbono de absorção lenta, elevado teor em fibra, grande valor vitamínico, em particular de vitaminas do complexo B, com particular destaque para o ácido fólico, e mineral, sobretudo em ferro, magnésio, potássio, zinco, cobre manganésio, entre outros. Refira-se ainda a presença elevada de substâncias químicas bioativas como os compostos fenólicos, oligossacáridos e inibidores enzimáticos que podem ter um papel importante na prevenção de doenças crónicas. Entre estas substâncias, podemos encontrar, no grão, carotenoides como betacarotenos, luteína, xantinas e licopenos, que podem neutralizar os radicais livres. Refira-se o valor elevado de proteína vegetal, que quando combinado com outros cereais aumenta o seu aproveitamento pelo organismo. O grão-de-bico também possui uma grande quantidade de triptofano, utilizado para produzir serotonina, responsável pela ativação dos centros cerebrais que dão a sensação de bem-estar.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Encontrámos romãzeiras no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, provando a viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local. No concelho da Calheta, demos conta da existência da seguinte utilização medicinal: infusão com água a ferver com a casca de romã seca, que depois de fria se bochecha ao longo do dia, para tratar de aftas na boca.
A romã (Punica granatum) é originária do sul da Ásia e difundida pelos povos fenícios nos países mediterrânicos. O seu cultivo conhece-se desde a antiguidade, sendo uma das fruteiras bíblicas tal como a vinha ou o olival. É um arbusto que pode atingir mais de 7 metros de altura em condições naturais, mas em condições de cultivo atinge cerca de 5 metros. Em Portugal, a cultura da romãzeira está concentrada na região do Algarve.
Fonte de fibra e de vitaminas e minerais, como os carotenos, vitamina C, potássio ou ferro, é um fruto rico em compostos fenólicos como as antocianinas (delfinidina, cianidina e pelargonidina), quercetina, ácidos fenólicos, taninos e outras substâncias com propriedades antioxidantes. Aponta-se que o potencial antioxidante é quase três vezes superior ao do chá verde. Tem-se destacado a sua ação antimicrobiana, benefícios na função cardíaca e ação anti tumoral (inibirá o crescimento de células cancerígenas e aumenta a apoptose no cancro da mama, próstata e colon).
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
A existência de uma planta em produção no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova a viabilidade do cultivo deste fruto exótico na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
A longan (Dimocarpus longan) ou líchia dourada/amarela tem origem asiática e é semelhante à líchia. Tem formato arredondado, casca amarelada e sabor parecido ao do melão. Ao se cortar a casca a polpa translúcida aparenta a íris de um olho e a semente preta assemelha-se à pupila. Daí o fruto ser conhecido como Olho de Dragão. É fonte de potássio, fósforo, ferro ou magnésio. Há quem refira que as folhas da árvore contêm antioxidantes, como a quercitina, e substâncias antivirais.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Amoreira de árvore em produção no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, indicador da viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
As amoreiras são árvores de folha caduca de médio porte nativas das regiões temperadas e subtropicais da Ásia. Há quem refira que terão sido introduzidas na Europa através da Grécia, datando o seu cultivo de há milhares de anos. Na Ilha da Madeira, o fruto é designado, popularmente, como amora-de-árvore. Da família Moraceae, a amoreira-preta (Morus Nigra), a mais cultivada em Portugal, é uma espécie monoica, em que cada indivíduo apresenta órgãos sexuais dos dois sexos. Tem preferência por solos profundos, ricos em matéria orgânica e humidade. A floração ocorre entre Março e Maio e a frutificação de Maio a Agosto. A amora é formada por um conjunto de frutos ou bagas com um eixo no centro, sendo rica em vitamina C. É uma planta com propriedades medicinais, através de infusões e xaropes.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
A presença de um medronheiro em produção no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, é um indicador da viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local, com utilização para a confecção de diversos produtos, desde bebidas a compotas ou vinagre.
O medronheiro (Arbutus Unedo) é um arbusto ou pequena árvore, frutífera e ornamental da família Ericaceae, que pode atingir os cinco metros de altura. Tem distribuição natural na Bacia do Mediterrâneo e costa atlântica da Europa Ocidental. O seu fruto, uma baga redonda e verrugosa, é denominado medronho e, depois de apresentar, inicialmente, uma cor esverdeada, passa por uma cor amarelada e adquire, por fim, uma cor vermelha intensa quando maduro. Pode ser encontrado por todo o país, com maior concentração no Algarve, nas serras do Caldeirão e Monchique. Entre Outubro a Janeiro tem lugar a floração, a par do amadurecimento dos frutos do ano anterior. A árvore é resistente à escassez de água e tolera solos pobres.
Entre os benefícios do medronho para a saúde, destacam-se a acção antioxidante e a presença de ácidos gordos insaturados, entre os quais ómega 3 e 6. Além do fruto consumido fresco, a aguardente de medronho, vulgarmente conhecida por medronheira, será o produto mais conhecido e a aplicação mais tradicional, sendo obtida por fermentação alcoólica e destilação dos frutos ou do seu mosto. Mas, também se fazem compotas, vinagre, licor ou cerveja com o medronho.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Identificámos a existência de uma caramboleira de grande porte no Estreito da Calheta, repleta de fruto, como documentado pelas imagens, provando a viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
Sobre este fruto, citamos a informação da autoria de Bruno Silveira, na publicação DICAs (Informações da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, 9.12.2014) da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural:
A carambola é o fruto da caramboleira (Averrhoa carambola), uma árvore ornamental de pequeno porte, da família das Oxalidaceas, originária dos Trópicos quentes e húmidos. Possui flores brancas e purpúreas, sendo largamente usada como planta de arborização de jardins e quintais. É originária da Índia, sendo muito conhecida na China. De sabor agridoce, de cor verde a amarelo, dependendo do grau de maturação, rica em sais minerais (cálcio, fósforo e ferro) e vitaminas A, C e do complexo B, a carambola é considerada uma fruta febrífuga (que serve para combater a febre), antiescorbútica (doenças originadas por carência de vitamina C) e, devido à grande quantidade de ácido oxálico, estimulador do apetite.
Na maior parte dos casos, é considerada uma fruta de quintal, pois o seu cultivo não é feito em grande escala. A planta começa a produzir frutos após os quatro anos de existência, dando em média duzentos frutos/ano, podendo durar de cinquenta a setenta anos. A fruta parece uma estrela quando cortada e tem cinco gomos, sendo muito utilizada na guarnição de saladas. O seu sabor fresco conjuga-se perfeitamente com alface e tomate, acrescentando uma aparência exótica.
A produção, nas condições edafoclimáticas da região, e em zonas quentes como o Lugar de Baixo, Ponta do Sol, a uma quota de seis metros acima do nível do mar, ocorre no período compreendido entre outubro e dezembro.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Consta que em antigas casas senhoriais da Calheta existiam plantas de café, para embelezar os jardins. No Estreito da Calheta, encontrámos um artefacto artesanal que, segundo testemunhos, serviria para moer os grãos de café, para consumo caseiro. Descobrimos uma pequena plantação com dezenas de plantas nesta freguesia, com algumas já a produzir café, conforme documentam as imagens. Prova a viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da agricultura regional.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Identificámos uma sapote-branco no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
A sapote-branco, casimiroa edulis, originária do México e América Central e do Sul, é uma árvore de porte direito, com cerca de cinco metros de altura, cuja folha verde-escura é permanente. As flores são pequenas e de tom amarelo-esverdeado. O tronco pode medir quarenta centímetros de diâmetro e tem cor verde-acinzentada. As raízes são profundas e estendem-se no terreno. O fruto, aromático e com um sabor doce e suave, na forma de drupa esférica de seis a doze centímetros de diâmetro, deve ser colhido quando a casca fica verde-amarelada ou quando o fruto adquire um tamanho considerável ainda verde. A pele é fina, lisa, fibrosa e macia e a polpa é de cor branca. Pesa entre cem e cento e cinquenta gramas. Tem um alto teor de vitaminas A e C e diversos minerais.
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira
Naranjilla em produção no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, o que assegura a viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
O fruto com a denominação científica “Solanum quitoense” é nativo da América do Sul, mais especificamente da cordilheira dos Andes, em países como Equador, Colômbia e Perú. É conhecido como Naranjilla no Equador. As referências dão conta de que é rico em minerais como o potássio, antioxidantes, vitamina C e vitaminas do complexo B. Tem um sabor agridoce e cítrico, com uma ligeira acidez. Há quem compare o sabor a uma mistura de ananás e limão. A planta é propagada geralmente a partir de semente e pode atingir os dois metros de altura. As folhas da planta têm alguma pilosidade e a parte inferior possui laivos púrpura. A casca do fruto é cor de laranja e coberta por uma penugem, sendo a polpa verde, com pequenas sementes brancas comestíveis. O fruto é colhido, geralmente, ainda um pouco verde, por se danificar com facilidade quando maduro.
Local da recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira