Identificámos plantas de costela-de-adão (Monstera deliciosa) no Estreito da Calheta, como documentado pelas imagens, prova da viabilidade do seu cultivo na nossa Ilha, como potencial de diversificação da fruticultura local.
«O fruto, conhecido por fruto-do-conde ou fruto delicioso, nome popular na Ilha, tem cerca de 25cm de comprimento e 3 a 4cm de diâmetro. A sua polpa tem um gosto entre o abacaxi e a banana. É tóxica se ingerida antes de amadurecer. É habitual o fruto ser comido entre três a quatro dias, pelo facto de amadurecer gradualmente.» Consomem-se as zonas maduras, onde os pequenos hexágonos verdes, que formam a casca, se desprendem com facilidade.
«Na Região, o fruto é mais apreciado pelos turistas do que pelos residentes. Embora o fruto não faça ainda parte dos hábitos alimentares dos madeirenses, existem muitos apreciadores em vários países europeus, nomeadamente na França.
A Monstera deliciosa, vulgarmente conhecida em Portugal como costela-de-adão é uma planta da família das aráceas. É um género semi-herbáceo e perene. Classificada como trepadeira, possui um caule lenhoso e cresce verticalmente, podendo atingir mais de três metros de altura. A espécie é nativa do México e é mundialmente cultivada como ornamental. Possui folhas grandes, codiformes, penatífidas e perfuradas, com longos pecíolos.
Sua inflorescência é um espádice geralmente esbranquiçado envolta por uma bráctea branca que possui um aroma irresistível aos insetos e polinizadores. A sua época de floração é entre junho e setembro. A Monstera deliciosa, no seu clima natural, dá frutos comestíveis. Como a Madeira é caracterizada por um clima subtropical, o cultivo deste fruto na região já é feito há algum tempo.
A costela-de-adão é uma planta de meia-sombra e, por isso, ideal para ambientes onde a incidência de raios solares seja indireta ou quase nula, sobretudo durante a fase de crescimento. É uma planta que, embora rústica, necessita de um solo fértil em matéria orgânica e com humidade constante, mas sem tendência para encharcamento. Suporta bem as baixas temperaturas e pode ser plantada em vasos, usando-se uma estaca de tutoramento.» (1)
(1) Texto de Paula Almeida Rocha, Direção Regional de Agricultura, na publicação DICAs (22.07.2015) da Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente
Local de recolha: Estreito da Calheta, Ilha da Madeira